Conselheiro do TCE, delegado de polícia, investigadores e empresários são alvos de operação contra milícia

Justiça de Mato Grosso do Sul expediu mandando de prisão contra várias pessoas. Duas, apontadas como chefes, já eram presidiárias

Da Redação


A força-tarefa que toca as investigações da Operação Omertà cumpre mandados de prisão e buscas na manhã desta quinta-feira (18), num total de 18 mandados de prisão preventiva, duas de prisão temporária e três de busca e apreensão. Ação também ocorreu em Ivinhema, onde os policiais foram numa residência localizada a avenida Reinaldo Massi, de Thyago Machado Abdul Ahad, de 36 anos, natural de Ponta Porã, mas ele não foi localizado.

O delegado Márcio Shiro Obara, ex-titular da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) foi preso.

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Além dele, também foi cumprido mandado de busca e apreensão contra um investigador da Polícia Civil de MS, Célio Rodrigues Monteiro e buscas em cidades do interior. Em Ponta Porã, a polícia cercou logo cedo a casa do empresário Fahd Jamil, que já foi investigado e condenado por narcotráfico.

 

Tanto ele como o filho não foram encontrados. Ainda na cidade de fronteira com o Paraguai, mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em uma propriedade rural de Fahd, com equipes do Garras e do Gaeco.

 

Alguns dos presos teriam ligações com Jamil Name. O empresário está preso na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, desde novembro de 2018. Mandados de busca e apreensão também são cumpridos na casa de um investigador da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). O Midiamax apurou ainda que foram cumpridos contra Jamil Name e Jamil Name filho novos mandados de prisão preventiva por organização criminosa.

 

Foram cumpridos mandados de prisão contra: Benevides Cândido Pereira conhecido como ‘Benê’, Célio Rodrigues Monteiro conhecido como ‘Manga Rosa’, Cinthya Name Belli, Everaldo Monteiro de Assis, Jamil Name, Jamil Name Filho, Lucas Silva Costa conhecido como ‘Lukinhas’, Jerson Domingues, Lucimar Calixto Ribeiro, Márcio Shiro Obara, Melciades Aldana conhecido como ‘Mariscal’, Rogério Luiz Phellipe, Marco Monteoliva, Flávio Correia Jamil Georges, Fahd Jamil e Frederico Maldonado Arruda conhecido como ‘Fred’.

 Terceira fase da Operação Omertà - Foto: Leonardo França/Midiamax

Execução do chefe na segurança do Legislativo

O delegado preso estava sendo investigado na primeira fase da Omertà por receber propina no valor de R$ 100 mil depois do assassinato do policial da reserva e chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Figueiredo, em junho de 2018.

Figueiredo teria sido executado em Campo Grande em vingança pela morte de Daniel Alvarez Georges, 43 anos, filho de Fahd Jamil.

O chefe de segurança do Legislativo de Mato Grosso do Sul foi acusado de ‘sumir’ com Daniel em maio de 2011 e o corpo nunca foi localizado.

As investigações também se deram depois do assassinato de Matheus Coutinho que acabou morto em frente de sua casa com tiros de fuzil, em abril de 2019.

Operações

A primeira fase da operação Omertá foi deflagrada em setembro de 2019. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e o Gaeco prenderam empresários, policiais e, na época, guardas municipais, investigados por execuções no estado.

Na segunda fase, em março de 2020, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apreendeu arma no apartamento do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ex-deputado estadual, Jerson Domingos, em Campo Grande.

 Documentos apreendidos durante Omertà são levados para sede do Garras - Foto: Leonardo França/Midiamax

Execuções

A suspeita é que o grupo tenham executado pelo menos três pessoas na capital sul-mato-grossense, desde junho de 2018. Outras mortes também estão sendo investigadas.

A última morte atribuída ao grupo é do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos. Ele foi atingido por tiros de fuzil no dia 9 de abril, quando manobrava o carro do pai, na frente de casa, para pegar o dele e buscar o irmão mais novo na escola.

Pouco mais de um mês depois, no dia 19 de maio de 2019, policiais do Garras e do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque) apreenderam um arsenal com um guarda municipal, em uma casa no Jardim Monte Líbano. Foram apreendidos 18 fuzis de calibre 762 e 556, espingarda de calibre 12, carabina de calibre 22, além de 33 carregadores e quase 700 munições.

Segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, esse arsenal pertencia ao grupo preso na operação Omertà.

Milícia

A chefia do grupo é atribuída pela polícia ao empresário Jamil Name, seguida do filho dele, Jamil Name Filho. Ambos e mais um policial suspeito de envolvimento na milícia estão presos desde a primeira fase da operação Omertá e estão no Presídio Federal de Mossoró.

Um suposto plano da milícia do jogo do bicho para matar um promotor de Justiça e um delegado que comandaram as investigações que desarticulou o grupo em Mato Grosso do Sul foi descoberto em um pedaço de papel higiênico em uma cela do presídio onde os três estão. Com informações do Midiamax e G1/MS

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